Duplo Soneto De Fractal
Certa de que existiria pelo deleite
Subsistindo apesar do afora cruel
Deixei que, da esperança, um véu
Circundasse-me com fé de afeite;
Antes da consciência proferir-me
Que era, a esperança, uma morte,
Já, tão sutilmente, à fictícia sorte,
Ousei - erro pueril - debruçar-me.
Eis que vislumbro nocivas veras
No pós pensar que, diante à dor,
Fez-se necessário p'ras quimeras
Jazerem em um mudo estridor
Deixando-me a culpa que gera
Amargura em profundo sopor.
Foi em meu próprio sorvedouro,
Vede, pois logo far-se-à in-crível,
Declinei à ablepsia que invisível,
Deu-me o delírio: imo desdouro;
Apreendi o autoengano sucessivo
N'uma angústia tão precisa, afinal,
Que, híbrida à solidão fundamental,
Manifesta a essência do ser vivo;
Já sei o quanto itero prolixas sílabas
Que salientam o eixo d'estes sonetos
Como um fractal de formas infindas
Quem "sabe" o "Nada" não-obsoleto
Tende sempre a intuir a mesma sina
E eu, apenas, outra vez, compreendo.
Esta é uma Poesih que criei especialmente para a Ciranda Poética Projeto C.O.V.A. — Lúcifer. Conheçam o Projeto COVA e, para aqueles que apreciam a Subcultura Gótica, a Poesia Abismal e a Literatura Obscura, deixo o convite para participarem do grupo do projeto e…