Santuário

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Aproximas-Te e aspiras o eflúvio marcante
Dentre minhas pernas como fumo de delírio
Trança-se ao Teu odor que veemente aspiro
No silêncio de nossos olhares penetrantes;
Sabes que me escorre o almejar perfurante
Teu falo coberto de meu inefável amor
Dos lábios à gruta com toque de etérea dor
Tão logo desperta paz em meu semblante;
Transitório tempo no imponderável espaço
A graça do pecado na energia de um laço
Contorna enfim as frações de meu calvário
Sinto-me vívida no exício do gozo infindo
Do imaginar que nos permeia o espírito
Até conduzir-nos ao nosso santuário
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Assim resso’a voz que é profunda | No peito meu a lembrança jaz infinda | Espero teu sorriso em formas nímias | Trazer juízo à essência pura | Que minha, tão somente, mui soturna | Se esparge em caos no imo meu doído | Buscando o raro anil afável visto…
Árduo o intento à ciência é-me | Pois que a ânsia pulsa insana | Onde pendo o meu nirvana | Não tocado em tez estreme; | Vejo, desce gélida ao nimbo | Toda angústia tão covarde | Marca minha carne tarde | Quand’o sol poente é exício; | Dói-me, ó verdade fria…
Tua poesia me sorri como um astro | Que n’atmosfera conta o infindável | Aplaude nossa ínfima vida amável | Revela que pode ser luz do passado, | Pois, dizem, nem todo ponto estrelar, | Rutila como aos nossos olhos reluzem, | São ilusões extraordinárias qu’induzem…
Que me trazes, ó noite veranil, | Ao sabor qual insistente salivo | Enquanto ardes o corpo esguio | Fazes vir-à-ser a fauna subtil; | D’um cacto, suculenta emerge | Doce a despertar emoções | Com mil excelsas perfeições, | Refulgindo, sua glória converge; | Nas minhas mãos…
Aquém das cores do fúlgido indizível | Adormeces cautelosamente em teu leito | Similar aos álveos d’um sacro templo | Cujo curso natural é bálsamo aprazível; | De soslaio vislumbro um ínfimo grilo | Cujo cântico doce contorna tua ledice | Penso que sorris…
Perscrutar um’alma de fascinant’essência | Qu’encontre e’mim e eu n’ela a eternidade | Que veja além da tez em venustidade | E no imo encontre dupla veemência; | Nas palavras viverá toda a graça d’est’elo | Sorriso de lascívia e pranto…
Obra de conteúdo adulto. Este alerta visa o bem-estar dos leitores, para que não se deparem, sem aviso prévio, com escritos explícitos.
Já longínquo vislumbro o sonho vir calado | Nas entranhas d'esta mente qual pertenço | Sonância d'outroras cujo ardor extenso | Fazia-se, não onírico, um presente estado; | Inversa interface é-me contínua e absurda | N'esta fração denominada…
E’meu corpo há um abismo pálido | E’meu ser um agônico silêncio | D’um profundo e, assim intenso, | Relembrar do jamais memorado; | Cruz, velas, flores e uma sepultura | Narram versos de ode ao meu definhar…
Esta é uma Poesih que criei especialmente para a Ciranda Poética Projeto C.O.V.A. — Lúcifer. Conheçam o Projeto COVA e, para aqueles que apreciam a Subcultura Gótica, a Poesia Abismal e a Literatura Obscura, deixo o convite para participarem do grupo do projeto e…