
Foto de Quinten de Graaf em Unsplash
Triste sabor de amargor no intrínseco
Ai de quem fale d’esta dor-hospício
N’este mundo que venera alegria
D’alegria almejo apenas o resquício
E na verdade é tudo tão fictício
Que até est’angústia dá-me apatia
Há, ainda, nesta oca umbria,
O vislumbre de ser-me assaz propício
P’r’auferir mil pélagos de exício
Aos letárgicos versos desta poesia;
Enquanto da névoa emerge a sina
Do simulacro de meu corpo-suplício
Desunindo o chão para o precipício
Encarnar a minha eterna ruína.
Triste sabor de amargor no intrínseco | Ai de quem fale d’esta dor-hospício | N’este mundo que venera alegria | D’alegria almejo apenas o resquício | E na verdade é tudo tão fictício | Que até est’angústia dá-me apatia […]